QUINTA-FEIRA, 26 JANEIRO • 2023
Ríspido e visceral
Muitas afinidades se encontram nas vibrações que irrompem o subsolo.
Mas ao meu ouvir, são as dissonâncias que impregnam a mente e dilaceram as pretensões com espontânea visceralidade.
Entre as correntes metálicas, o splatter gore finca sua lâmina outra vez, retalhando toda monstruosidade
humana.
o novo album da Malignant Excremental, formada pelos maníacos Lucyano Psychohorror (guitarra/vocal) e Cachorrão Pathological Dilacerator (bateria), em mórbidas atividades desde 2005.
Esmiuçando esse material lançado pela Rotten Foetus e Simposium of Sickness encontramos 13 faixas essencialmente podres de um death metal ríspido e hediondo, com riffs criativamente psicóticos e 4 intros que desenterram pérolas do horror.
Para falar desse disco e estrear a primeira entrevista por aqui, recebo diretamente do sanatório local, Psychohorror.
Saudações maldito Lucyano. A Malignant já lançou demos e outros materiais antes, mas esse álbum me soa como a costura de uma face que vem se deformando desde o disco “Horrendo Zumbis…” de 2007. Mas o que me intrigou logo de cara nesse novo disco foi a coincidência da primeira intro “me enterre em um túmulo sem nome” com a ficha técnica “gravado em um estúdio sem nome”. Afinal, como foi o processo da gravação até o lançamento desse material?
Psychohorror:
Primeiro gostaria de agradecer você meu amigo Jorge, pela atenção e apoio a todos os trabalhos que já fiz em minha trajetória no submundo do metal negro da morte.
Esse disco é o número 6 dos nossos trabalhos. Considero os anteriores como se fossem álbuns, quando uma demo ou promo
tem um conteúdo e um grande registro de uma banda. Quem faz parte do mundo do som extremo sempre guarda às demos como se
fossem álbuns.
Esse disco foi gravado como todos os outros, espontâneo. Só chegamos e expressamos nossa raiva e loucura, sem compromisso de provar nada. Só fizemos o que fazemos a muito tempo. A diferença é que tivemos o apoio do Diomar Souza e do Daniel Simões. Os agradecemos por nós ajudar a divulgar nossa podreira demente que reflete a dizimação da raça humana.
DLF: Além do death metal, o som de vocês traz elementos do grindcore, do noise, do punk e de outras atrocidades sonoras. Fale sobre suas influências e o processo de criação das músicas deste material.
Psychohorror: Acho que todos nós viciados em ouvir música extrema, quem toca em banda ou não, temos influência de vários gêneros e sub-gênero (claro que falando de som podreira). São muitos nomes, nem dá pra falar tantos por aqui. Mas o Malignant Excremental tem muitas bandas que gostamos como: Impetigo, Autopsy, Mortician entre outras. Mas não temos um processo de criação, não somos músicos. É uma expressão de raiva.
DLF: Vocês já tocaram em alguns estados e até em países vizinhos. Comente sobre o histórico de shows da Malignant e qual a previsão para os próximos.
Psychohorror:
Sim! Já tocamos em vários lugares. É todo um processo de construção de anos de amizade no submundo e assim temos o privilégio de fazermos amigos loucos fanáticos iguais a nós, viciados.
Temos planos de nós aventurar novamente no caos. Se o mundo existir amanhã ainda (risos).
DLF: Muitas bandas apostam na internet para divulgar seus materiais. Mas sei que você vem de uma geração que trocou cartas com muita gente e resistiu o quanto pode até ter um celular. Qual a sua opinião sobre a importância dessas trocas analógicas e digitais no underground?
Psychohorror: Cada época é diferente o mundo caótico humano. A época das cartas era muito bacana. Até hoje a gente depende de enviar material físico pelo correio, gosto mais da época das tapes e do vinil. Mas quem gosta do mundo virtual vá lá, faz parte.
DLF: Cite três bandas nacionais em atividade que você tem escutado ultimamente.
Psychohorror: Vou citar três bandas que representam o submundo pra mim: Noise, Corpse Grinder e Alcoholic Death.
DLF: Deixe aqui seus comentários finais a todos os maníacos que chegaram até o final desta publicação.
Psychohorror: O Malignant Excremental seguirá com raiva e sentindo o cheiro de cadáveres, descrevendo a explícita e brutal face da morte.